Esses dias fui lembrado por um parente do quanto eu incomodo. Tenho consciência disso. Não sou perfeito e são os defeitos é que incomodam. Mas por outro lado, mesmo que não os tivesse - a perfeição têm um quê de insuportável. O difícil é expressar que a pessoa incomoda sem deixá-la sem graça e sem criar mal-estar. Porque nem pra todo mundo conviver é aceitar e pra poucos socializar-se é ceder.
O incômodo é uma percepção. O incomodado é o observador consciente da perturbação. A percepção é individual, subjetiva. E os incômodos às vezes são vãs escolhas. Se você cortou o cabelo e ficou com penteado X não é da minha alçada se sentir incomodado e se eu me sinto é porque eu preferi me importar.
Enfim,
Viver incomoda...os outros, claro. Mas os outros também nos incomodam. E existir é um eterno perturbar. Quando eu respiro, tenho certeza que irrito o ar que foi então sugado. E sabe o que eu faço? Respiro de novo, e de novo, e de novo.
Alguns incômodos são essenciais, assim como um corte de cabelo.