27 dezembro, 2008

26 dezembro, 2008

obrigado

Ao Passado, por me fazer perceber que o perdão é belo nas novelas, difícil na vida real e que no fim, simplesmente não faz diferença nenhuma pra algumas pessoas.

Às pessoas que encontrei nas baladas, por me mostrar que eu procuro o que quero nos lugares errados e por blindar meus sentimentos com grades.

A todos de quem eu gostei e que não se mostraram dignos desse sentimento, por me fazer ver que o coração de um homem - o meu - deve ser uma fortaleza. E agora é.

A todos que me fizeram derramar lágrimas, pela consciência de que vocês não valeram metade delas.

A meu penúltimo emprego, que me explorava, por me fazer sentir realização profissional ainda que com baixo salário.

A meu ultimo emprego, pelo belo salário que eu recebia. Era a única boa coisa lá.

A Sabesp, Eletropaulo e afins por me mostrar o preço caro da liberdade.

Ao meu irmão, por me fazer perceber que entrar numa casa é fácil. Difícil é se acomodar num coração.

Ao meu primo, por demonstrar como o coração arde, sangra, pulsa e queima, quase sempre pelas pessoas erradas.

Ao meus últimos colegas de trabalho, por provar por a mais b que no ambiente de trabalho a porcentagem das pessoas que merecem confiança é zero.

Ao Davi (http://contandovidas.wordpress.com), por me mostrar o que é caráter.

A Regina (http://nodrinking.blogspot.com) a mulher que me fez gostar de inglês e meu exemplo d ser humano, por me mostrar que épocas passadas não voltam mais. Mas que amizades permanecem.

A Katherin, por ser diferente e por esfregar isso na nossa cara até a gente aceitar.

Ao Joao Paulo, por se lembrar mesmo depois de 1 ano.

A Seong, por não se deixar me esquecer.

Ao Rafinha, por me lembrar que não posso brincar com os sentimentos dos outros e ficar impune.

A Mariane, pela lealdade, pela honestidade bruta e por aceitar - e esperar - minhas críticas e conselhos.

A Alline, por passar a morar em frente a mim, mas por viver dentro de mim há muito mais tempo.

Ao Fabio, por me mostrar que estou no caminho certo, que é fácil ser quem se quer e melhor: que é possível.

Ao Paul Sammy, pela consciência de que amizade é estar junto e ser cada um por si e que tá tudo bem.

A minha mae, pela dor e pela saudade.

A minha tia Meire, por mostrar que uma família pode ser uma pessoa só. E que isso pode ser tudo que a gente precisa.

E por fim, a todas as pessoas que odeio, com suas futilidades e falta de conteúdo, por me garantir um vislumbre feliz de tudo aquilo que nunca vou vir a ser.

24 dezembro, 2008

VIDA no msn

olha que incrível eu vi no msn do pessoal esses dias:

"Vamos brincar de VIDA.

Eu cuido da minha.

Você, da sua."

conceito rebelde

ouvido em uma conversa e transformado em frase no orkut:

"Engula seu conceito sobre mim e morra engasgado."

22 dezembro, 2008

choro

Acordei com vontade de chorar. Fico emotivo, carinhoso.

Coloquei uma música triste...nada. Coloquei outra, nada.

O choro se recusou a cair.

Acho que tenho lágrimas rebeldes.

risos.

20 dezembro, 2008

mais fortes do mundo

O mundo é feito de decisões. Vou levantar agora ou vou dormir mais um pouco? Vou tomar banho? Vou colocar a blusa verde? A calça preta? Uma escolha atrás da outra. Talvez seja essa a força que, dizem, move o mundo.

Mas a força desse gesto - decidir - é muito maior do que escolher a cor da roupa ou a próxima refeição. Você pode decidir quem você é. Vou ajudar essa pessoa? Vou furar os pneus desse carro? Vou apertar o gatilho? Vou trair quem me ama? Vou abandonar o meu filho? Será que eu te amo?

Não.

Sim.

Eis as palavras mais fortes do mundo.

18 dezembro, 2008

fogo em mim

sabe quando você está andando na rua e cai um pingo, cai outro, caem vários e você não está nem aí porque a chuva não é o que importa?!

me sinto assim, num estado em que as coisas pequenas simplemente não têm importância.

as coisas grandes me dominam.

e me incendeiam.

Fogo em mim.

11 dezembro, 2008

Eu grilo

uma conversa.

Eu: E você, criatura? É casada, solteira, enrolada?

B: Bem...eu namoro.

Eu: Que ótimo. Então você devia estar com ela e não aqui.

B: Você está me dando um fora?

Eu: Declaro para os devidos fins que é exatamente o que estou fazendo.

B: Mas por que? Só porque te contei a verdade? Talvez eu devesse ter mentido e aí você não saberia e seria mais conveniente pra você.

Eu: A mentira nunca vai ser conveniente pra mim. Mas seria mais leve, porque o peso dessa situção ia pesar só na sua consciência e não na minha.

B: Não acredito. Custo a crer que você esteja grilado por causa disso. Você já parou pra pensar que nós somos apenas duas pessoas querendo curtir uma a outra, querendo viver? E que talvez nunca mais nos vejamos? Você está grilado por que somos duas pessoas que querem ser felizes neste momento?

Eu: Eu vou lhe dizer o porquê. Eu estou grilado porque existe alguém esperando por você, achando que você está deitado no seu quarto de hotel pensando nela. Alguém que talvez esteja no fogão nesse exato momento cozinhando seu prato preferido e lembrando de você. Existe alguém que te ama. E você não dá a mínima. E eu não quero fazer parte dessa sujeira. É por isso que eu grilo.

02 dezembro, 2008

mensagem do universo

por e-mail:


"Se você olhar atentamente você verá que existe apenas uma coisa e somente uma coisa que causa infelicidade. O nome desta coisa é apego. O que é apego? Um estado emocional de aderência causado pela crença de que sem alguma coisa particular ou alguma pessoa você não consegue ser feliz."

-- Anthony de Mello

26 novembro, 2008

no metrô

Eu: Não gosto de quartos de motel. É tudo muito pequeno, direto, muito previsível.

R: Você precisa é parar de fantasiar o mundo. O lugar é objetivo, só isso.

Eu: Sempre vou fantasiar o mundo. Ele é minha utopia. E continuo não gostando de quartos de motel.

25 novembro, 2008

É mara

Eu tenho um amigo q é a versão masculina da Samanta Jones, de Sex and The City.

E sabe da maior?

Ter um amigo assim é mara! risos

NO MSN

Toni diz (00:26):
Oie. tudo bem por aeee

Jean - life is like this diz (00:26): agora está. depois d uma decepção amorosa recente. mais uma. mas a fila já andou. rs

Toni diz (00:27):
que aconteceu menino? apaixonou de novo?

Jean - life is like this diz (00:27):
estava em vias de

Toni diz (00:27):
acelerado vc

Jean - life is like this diz (00:28):
o mundo corre. pq eu deveria ir devagar? rs. hj estou pronto pra outra.

Toni diz (00:29):
mas viver no céu ou no inferno é cansativo, que tal a Terra

Jean - life is like this diz (00:29):
e o q é a terra se não o céu e o inferno no mesmo lugar?

Toni diz (00:30):
a terra é o caminho do meio rsrs
às vezes é bom ser morninho rsrsrs

Jean - life is like this diz (00:31):
ou eu gelo ou eu queimo. rs
sou morno só quando estou só. rs

Toni diz (00:32):
sei sei
mas vc esquenta muito rápido e logo fica decepcionado. Consegue viver assim?
Jean - life is like this diz (00:34):

numa boa. viver é um eterno desapego, certo?

sucesso

Tudo que você precisa é:

um amigo fiel,
um passeio,
uma conversa,
um cinema,
uma chata chutando a poltrona d trás,
ligar o celular só pra irritar a chata,
paquerar no shopping,
receber olhares d volta,
uma volta no centro,
um cappuccino,
pessoas nos desejando,

e voi-lá...um sorriso, uma gargalhada.

sucesso é estar feliz.
resplandecer é ter amigos.

Tá novo!

recado enviado via orkut:

foi uma paixão d 3 encontros.
e uma decepção d vários dias.
mas vou por um band-aid no coração...e tá novo! rs

23 novembro, 2008

NO MSN...

ele: mas você acha q dá pra confiar que a criatura não vai te trair?

eu: acho que tenho a mesma certeza de fidelidade que teria se estivesse com qualquer outra pessoa: zero.

ele: mas talvez essa pessoa seja menos confiável que as outras.

eu: sei lá. acho q todos somos pouco confiáveis. na mesma proporção.

rain

o céu chorou comigo.

Tempo sentido

A noite tinha sido planejada. Como aquelas em que tudo deveria dar certo, em que tudo conspira pras coisas acontecerem como queremos. Passei no mercado antes, comprei comida. Muita comida. Salgadinhos, Aperitivos, Bolachas, Coca-Cola. E a água que você me pediu. Peguei o metrô, te encontrei, você me elogiou. Que saudades de você!

A noite tinha sido planejada. E começou a dar errado como só nas noites planejadas isso acontece. Você me contou o seu passado. Eu perguntei, eu quis saber. Mas a verdade é indigesta e demora um pouco pra ser internalizada. Você não quis esperar.

Fica, eu pedi.

Fica... eu implorei.

Você fechou a porta e não olhou pra trás. Não olhou pra mim.

Olhei ao redor: travesseiro vazio, sua água, comida. Tudo que eu não queria ficou. E eu fiquei com tudo que eu não queria. Sua água era meu objeto predileto, ali você tinha bebido, ali você tinha tocado. Por um instante a água havia sido sua. Mas já não era mais.

Assim como eu.

A dor evadiu e saiu pelos olhos. Eu chorei.

Chorei olhando pra garrafa de água que havia sido sua. Chorei porque eu era como a garrafa, de ninguém.

O tempo foi passando. A dor não. Minutos, horas. Ficar era um sofrimento, mas eu não queria ir. Queria ficar mais um pouco onde você estava, onde você esteve. Rolei pro seu lado da cama. Estava frio. A garrafa, sempre lá, me lembrava de chorar por você. E foi o que fiz.

Mais minutos, mais horas. O tempo se foi. E o tempo é um problema pra quem sofre. Embora o problema não seja o tempo passar. Nem o tempo passado.

O problema é esperar você voltar a cada minuto. É ver a sua ausência a cada hora que passa. É ver a sua garrafa d'água. Só a sua garrafa d'água...e não ver você. O problema é sentir cada minuto, cada hora. O problema é o tempo sentido.

Viver sem você dói. E eu mal te conheço.

Ainda assim a noite passou, o dia chegou. Tomei um banho quente.

Joguei as coisas na mochila d qualquer jeito. Peguei sua garrafa d'água. Olhei ainda por um longo instante. Saí d cabeça baixa. Chorei no caminho d volta.

Ainda penso na garrafa e na constatação que tive quando olhei pra ela pela última vez: não tinha sequer um vestígio de você.

E assim são as pessoas. Deixam vestígios invisíveis por onde passam, nas garrafas onde se deleitam ou nos corações onde se instalam.

21 novembro, 2008

No telefone

eu: tudo bem?

primo: tudo. e você?

eu: ótimo. você me ligou?

primo: liguei pra saber onde você estava.

eu: ah tá. tô em santana agora.

primo: e onde você foi?

eu: fui me apaixonar.

20 novembro, 2008

Pensei, mas não disse

Não pense que sou um louco, um inconsequente infeliz que não tem a mínima idéia dos riscos que corre.

Pense em mim como uma pessoa que acredita no poder de criar possibilidades.

NO MSN, de novo

eu: n sei como essas pessoas conseguem. Dizem que namoram e saem e traem e ninguém acredita em nada - não há compromisso com nada.

ele: Deixa eles serem felizes...

eu: e será que são felizes? essa insatisfação é felicidade?

ele: são felizes fazendo os outros de trouxas.

eu: que felicidade suja. que nojo.

No MSN

eu: amigos gostam d se encontrar, bater papo, tomar um sorvete, qqer coisa.

ele: minha prioridade é a faculdade. Não tenho tempo pra mais nada, cara.

eu: só quero te dizer que não vou ser seu amigo de MSN. não consigo ser. não quero ser. não consigo ter conversas superficiais com você porque conheço sua profundidade. sei o que você é, o quão denso é e busco isso, entende?

ele: isso está parecendo cobrança...

eu: bom, entenda como quiser. contanto que entenda.

16 novembro, 2008

conversa relatada

e eis que o cara comprometido resolve dar em cima da mocinha solteira.

mas a solteira n tem vocação pra moça idiota.

ele reclama da frieza dela.

ela retruca. é impressão - desconversa.

a língua coça. ela n aguenta.

posso te dizer uma coisa? pergunta ela.

ele dá sinal verde. ela dá a partida cantando pneus.

Olha, me desculpa. Eu não ia falar, mas não consigo me conter. Sou sincera a ponto de não conseguir evitar, mesmo que isso custe amizades ou gere brigas. Então me diz...das duas uma: ou você é um safado pilantra que sai com todo mundo e engana sua namorada enquanto ela tá em casa achando que você morre de amores por ela ou você é um banana, porque é covarde e não tem sequer a coragem de terminar com ela pra poder ter qualquer coisa comigo. E eu vou torcer realmente pra você ser um banana, porque se você for um pilantra imprestável, eu vou dormir triste por saber que existe gente como você no mundo. esse tipo de gente mulher nenhuma merece.

ele ficou em silêncio.

ela sorriu.

ambos não se viram mais.

12 novembro, 2008

não dão a mínima

a indiferença é caracteristica das pessoas que não dão a mínima.

a raiva...é marca das pessoas que se importam demais.

19 outubro, 2008

quero não valer nada

Às vezes queria ter a capacidade de me importar com não me importar com nada. Queria não valer uma palha. Mas não consigo.

Sempre vou valer alguma coisa, pois
sou o preço da liberdade que pago, das brigas que compro, dos sentimentos que economizo. Não posso valer nada. E mesmo que não valesse coisa alguma seria infeliz. O que eu quero não é valer nada, é a felicidade dos que não valem nada. Quero a felicidade deles que são tão vãos e que parecem tão livres.


Blogged with the Flock Browser

18 outubro, 2008

Provérbio Cigano

Quando eu morrer enterrem-me de pé, pois passei minha vida toda de joelhos. *lido em A Bruxa de Portobello, de Paulo Coelho.
Blogged with the Flock Browser

17 outubro, 2008

A cegueira, sem ensaios.

Na vida o que existe são fatos, mas o que importa são os detalhes. O primeiro fato é o seguinte: você consegue ler. Com os olhos nesse texto você decifra as palavras e compreende a idéia - você vê. Tudo é muito claro no que se apresenta a sua frente: as folhas brancas de papel, as mãos suadas que a seguram, os rostos das pessoas, garfos, pratos, chão, sol, céu. Tudo é perceptível. Mas existe só um pequeno detalhe: você não enxerga.

Você vê a rosa, mas n enxerga os espinhos. Vê os sorrisos, mas não enxerga a solidão que eles demonstram. O sol é lindo, mas explosivo. O ar é puro, mas não é limpo. Você vê somente a superfície. Há mais ao alcance dos olhos, se você se der ao luxo de tentar encontrar. É tudo igual, nada muda. Exceto que a rosa, não é só a rosa: é a primavera. O sol não é só o sol, é a galáxia. E as pessoas não são sorrisos e lágrimas, são sentimentos.

E convenhamos, pouco importam as rosas e o sol e muito menos os garfos: são as pessoas que interessam, são pra elas que você vive; e mesmo que você seja um hermitão solitário você vive pra si mesmo e ainda assim a afirmação anterior se confirma. Quando foi a última vez que você viu seu melhor amigo chorar e não teve sequer que perguntar o porquê? Quando foi que sua irmã sorriu e você já sabia o motivo? Quantas vezes você percebeu a angústia por trás dos abraços ou as lágrimas que contém um aperto de mão?

Tudo isso nos leva ao segundo fato: você é cego. E embora seus olhos estejam abertos você os fecha para tudo aquilo que machuca ou que dá um pouco mais de trabalho ou que não chama sua atenção de forma violenta. O que quero dizer é que você não nota o mendigo na esquina, por quem você passa todos os dias, até que ele te aborde com uma arma. E mesmo quando isso acontecer você não vai ser capaz de perceber que ele não quer morte, ele quer comida.

Muitas coisas escapam aos olhos a princípio. E é importante saber disso. Mas da mesma maneira que abrir os olhos não significa enxergar, ter consciência não implica compreender. Porque quando você começa a compreender, chegamos ao terceiro fato: você pode enxergar. Ninguém precisa apreciar toda a primavera. Pra quê? A singularidade de uma única rosa a faz admirável. Mas a percepção de que ela é uma parte de uma estação anual é incrível. De que adianta observar a via láctea se é o sol que vejo todos os dias, a mesma esfera amarelada a me aquecer todas as manhãs?

Enxergar não é ampliar a visão. Enxergar é escolher. É admirar o sol sabendo que ele ilumina a tantos outros planetas além do nosso. É saber que o abraço não é só un enlace de abraços - é saudade, é alegria ou mesmo brincadeira. Enxergar é perceber possibilidades. E a triste verdade é que sempre seremos parcialmente cegos, porque nunca conseguiremos enxergar todas as possibilidades. Afinal, enxergar é escolher e escolhas são perdas. Mas ninguém precisa ver tudo. Pra admirar toda a primavera tudo o que você precisa é de um par de pupilas e de uma única flor diante delas.

O mendigo da esquina agradece.

* escrito depois de assistir 'O Ensaio Sobre a Cegueira', com direção de Fernando Meirelles, baseado na obra de mesmo nome de José Saramago.

28 setembro, 2008

você me incomoda.

Esses dias fui lembrado por um parente do quanto eu incomodo. Tenho consciência disso. Não sou perfeito e são os defeitos é que incomodam. Mas por outro lado, mesmo que não os tivesse - a perfeição têm um quê de insuportável. O difícil é expressar que a pessoa incomoda sem deixá-la sem graça e sem criar mal-estar. Porque nem pra todo mundo conviver é aceitar e pra poucos socializar-se é ceder.

O incômodo é uma percepção. O incomodado é o observador consciente da perturbação. A percepção é individual, subjetiva. E os incômodos às vezes são vãs escolhas. Se você cortou o cabelo e ficou com penteado X não é da minha alçada se sentir incomodado e se eu me sinto é porque eu preferi me importar.

Enfim,

Viver incomoda...os outros, claro. Mas os outros também nos incomodam. E existir é um eterno perturbar. Quando eu respiro, tenho certeza que irrito o ar que foi então sugado. E sabe o que eu faço? Respiro de novo, e de novo, e de novo.

Alguns incômodos são essenciais, assim como um corte de cabelo.

26 setembro, 2008

18 agosto, 2008

Perfil

novo perfil do orkut:

Você e (na verdade) Eu

Sou aquele que você não vai conseguir decifrar em 1 dia, aquele que gasta todos os créditos do celular com você sem culpa.

Sou quem te liga pra dizer que te amo; quem te manda um torpedo às 4h da manhã com uma única palavra: saudade.

Sou quem você não vai suportar, porque de vez em quando te direi certas verdades. Sou o primeiro a te criticar quando você foge do caminho. Mas também sou o primeiro a olhar nos teus olhos e conceder o meu perdão.

Sou o dono dos nossos beijos molhados, o protagonistas dos nossos dias mais felizes, o rei das brincadeiras idiotas e dos risos sem sentido.

O rebelde sem causa sou eu. O "grande", o "preto", o "japa"...eu, eu, eu. Sou quem assume os riscos que a sua coragem não permite e por isso você vai me odiar.

Sou o ser sem limites e sem pudores. Mas não pense que sou pior que você. Eu sou só mais feliz.

E saiba...

Nos seus olhos há um brilho que é da minha luz. E ela só está acesa porque você a acendeu.

- - // - -

Se você procura motivos pra me odiar, existem muitos.

Se você procura motivos pra me amar...existem só alguns.

A ESCOLHA É SUA.

07 agosto, 2008

fazendo merda (por telefone)

no telefone.



R:
Se eu te encontrar eu quebro a sua cara. O q é q vc quer?

Eu:
Eu quero encontrar alguém. Pegação é legal, mas tô cansado. Quero alguém pra me apaixonar, quero sair de mãos dadas, quero escrever bilhetes idiotas.

quero dizer eu te amo de vez em qnd.

R:
mas pra pessoa certa, né?

Eu:
pra erradas tb, ñ sei separar qual é qual.

R:
então você vai é se f****.

J:
estando sozinho ou com alguém a gtn sempre se f***. no amor a gnt sempre se f***. qro estar acompanhado nisso, pra variar.

R:
qro te dar uma porrada.

fim.

fazendo merda (por sms)

por sms.

R: Você tá ferrado na minha mão se não parar de fazer tanta MERDA. Te considero pra caracas, veio. Para com isso.

Eu: N tô fazendo merda nenhuma. E pára de me tratar como se eu fosse um louco. Seus medos em relação a mim não são reais e por isso você não tem o direito do jogar o peso deles nas minhas costas.

31 julho, 2008

the sexes in the city

São Paulo é uma cidade gigante e lotada. Cheia de mulheres independentes, sem filhos e com carreiras sólidas, que dedicam-se cada vez mais a si mesmas. Estas são mulheres sozinhas. Sozinhas não, solteiras. "Sozinhas nunca", elas dizem.

Tá.

Os homens, desde sempre independentes, continuam a evitar os filhos e são protagonistas de carreiras ilustres e promissoras. Estes sim, estão sempre compromissados. Detalhe: compromissados com mais de uma mulher (ou homem). Quem é casado, tem amantes (no plural). Quem namora, extras. Os solteiros, têm rolos. E, pra fechar com chave de ouro, os enrolados têm casos. Outro detalhe: eles sempre vão negar essas informações e à vista de uma mulher (ou homem) bonita(o), parecem se transformam magicamente em seres solteiros e perfeitamente disponíveis.

O fato é que o compromisso morreu e ninguém nos avisou quando foi o enterro. Se apaixonar virou brega, manter a palavra se tornou deselegante e querer trazer alguém pra sua vida faz de você uma pessoa grudenta. O "Nossa, que mulher elegante!" caiu por terra. Agora é só "Parece a mulher melancia". O nível desceu ao patamar da exigência e está tudo ok no fundo do poço.

Os homens não se prendem. Foram e ainda são ensinados a suprirem-se por si só. E aprenderam. Estão em vários relacionamentos porque não se satisfazem com nenhum. Eles se deslumbram com a beleza, com os gestos e com o jeito alheio, mas não se apaixonam - não se deixam levar. Em tempo. Apaixonar-se dá trabalho. Tem que dar respaudo, satisfação, tem que fazer esforço pra manter o contato, tem que lutar contra o desejo de ver o outro a todo momento. Gostar é um eterno deixar levar e se segurar, deixar levar e se segurar. É um ritual cansativo. E o cansativo não é prático. Ser prático é ser superficial.

É mais fácil mentir, decepcionar e silenciar. É fácil beijar, dizer que vai ligar e não ligar. Esse é um mundo de mentiras e para fluir melhor é preciso ser o mais mentiroso possível. Se esconder atrás do excesso de trabalho ou da pouca quantidade de dinheiro é mais conveniente. E o sexo...os homens respiram sexo. É tudo que eles pensam, é pra isso que mentem, que decepcionam...é nele que se perdem.

O fato é que o compromisso morreu. E quem assumiu o trono foi o sexo. São Paulo é uma cidade cheia. Cheia de mulheres ansiosas pela compania que não seja a delas mesmas, pra variar. Cheia de homens dispostos a ser a compania temporária do maior número de mulheres possível. Elas se encontram e sua felicidade dura o tempo de uma ejaculação.

Mas lembre-se: São Paulo é uma cidade lotada. E é cheia também de pessoas que querem mais. Gente ávida por sentimentos mais profundos e por envolvimento mais sólidos. O mundo não é feito para essas pessoas, sem dúvida. Parafraseando Bolaños, essas são as pessoas que sofrem mais, porém são as que vivem mais. Elas acham que sempre haverá alguem mais jovem, maquiada e mais bonita que vai roubar os olhos da pessoa que ela quer. Talvez.

Mas talvez o homem olhe para a menina e repare: "essa jovem exagerou no blush". Talvez para ele - porque isso é verdade para alguns poucos - atitude seja mais importante que beleza e autenticidade seja tão bacana quanto a sutileza.

O compromisso realmente morreu, mas só para aqueles que desistiram dele.

Não desista.

Viva.

29 julho, 2008

atônito

sabe quando você lê um texto e ele é tão bom, tão sutil e atingiu suas entranhas com tamanho impacto que você tem que esperar...assim uns minutos pra poder se recuperar?

fiquei assim quando li esse post.

PS: Em breve um post-resposta.

27 julho, 2008

Nada a ver com isso



Não é fazendo apologia à pixação nos ônibus, mas adorei esse recado que vi dia 21/07.

Achei legal que a eternidade, para o tal Antonny, é um banco de ônibus. E queria ter visto a cara da Aninha quando viu isso.

E quantas pessoas sentam nesse banco e nunca chegam a reparar que há um pouco de amor logo atrás, nas costas delas.

E o que eu tenho a ver com isso? Nada. Só admiro o que os outros repugnam sem sequer olhar.

Chamam-me de louco.

Chamo-me de audacioso.

24 julho, 2008

os defensores de mim

depois de ler o texto sobre a amigdalite um pensamento me ocorreu.

Em cada centímetro do meu corpo há uma célula, um ser minúsculo, que tem como único propósito na vida lutar por mim.

Que espetáculo é a consciência desse pensamento.

a amigdalite

Descobri porque peguei amigdalite.

"O líquido em baixa temperatura, quando ingerido rapidamente, pode baixar suas defesas, devido a presença de uma flora bacteriana presente em sua traquéia. No momento da ingestão, o líquido gelado que vai para o estômago, provoca um desequilíbrio térmico no interior do nosso corpo. Isto faz com que o sangue e os glóbulos vermelhos, que são a defesa do organismo naquela região, sigam instantaneamente para o aparelho digestivo, à fim de levar calor para àquela região. Isto provoca uma baixa resistência nas defesas da garganta que pode ser invadida pôr bactérias e vírus localizados naquela região, causando com isso um foco infeccioso, conhecido pôr amigdalite, que vai provocar rouquidão. Para evitar a origem destes problemas basta, você ingerir líquidos gelados mais pausadamente, quebrando inicialmente a baixa temperatura na boca. "

Viva a informação.

Link para o arquivo doc do texto DICAS DE LOCUÇÃO aqui.

21 julho, 2008

Vou subjugar o amor

O amor foge de mim. Onde eu permaneço, nesse lugar ele não está. Onde eu vou, ele sabe e sai de lá. Eu e o amor somos como imensos ímãs, só que de polos iguais.

Mas, insconsciente, quando foge, ele deixa um rastro de migalhas, assim como João (da história de João e Maria). Exceto que as migalhas não são de pão - são fragmentos dele próprio, pequenos pedaços de si jogados ao léu. Fugindo de mim o amor se desfaz.

Acontece que eu sigo essas migalhas. Coleciono os pedaços do Amor (que no final das contas são pedaços de todos nós). Eu aproveito onde ele não está e vou juntando, pouco a pouco, um a um, os fragmentos que tenho. Eu aproveito onde Ele não está e recomponho o Amor.

Exceto que...o dia vai chegar em que o único fragmento que restar vai ser o ser ambulante e tímido que insiste em fugir de mim. O amor só terá um fragmento de si mesmo (talvez o coração que pulsa no pequeno corpo); eu terei os outros, todos os outros.

As migalhas, independente de que material derivam (de pão ou de sentimentos) são nada. Uma migalha de pão é um nada de pão. Digo isso porque um dia o Amor será apenas 1 migalha. Nesse dia o amor será um pedaço de nada. O amor será nada sem mim.

Nesse dia, ele não terá escolha a não ser se ajoelhar a meus pés. Vou subjugar o amor. E de posse do último pedaço, da última migalha, vou acabar a construção do ser que foi retalhado. Nesse dia utópico, porém possível, ele não vai mais fugir de mim.

06 julho, 2008

as contas

No médico com meu pai:

Pai: É, nós tentamos esquecer as dívidas, mas o problema é que elas sempre lembram de nós.

Eu: É verdade. Viver é uma eterna dívida.

e é, começando pela dívida que temos com Deus: a dívida de ser feliz.

e essa eu quero pagar com juros.

é preciso

Repaginar-se é preciso.

Pogredir em alguns campos.

Regredir em outros.

Mudar.

Estou mudando...

04 julho, 2008

as pessoas erradas não dóem

Encontrar pessoas legais dói.

As conheço, elas me encantam, eu me apaixono, elas se vão.

Meu coração bate e cada batida é uma saudade de alguém e de alguma coisa. Cada batida é uma dor.

As pessoas mais ou menos, não. Você as encontra, as conhece e reconhece que é só por agora, que é só aquele momento. Elas se vão. E tudo bem, tanto faz.

As pessoas mais ou menos são as pessoas erradas, mas pelo menos elas não dóem.

Houston, I have a problem

Eu tenho problemas. Procuro o amor nos lugares mais improváveis. Eu o encontro. Ele foge. Ele me persegue mas nunca se mostra, como naquelas brincadeiras em que a pessoa anda e há outra atrás que sempre repete os movimentos de quem está na frente: a pessoa vira pra direita, a outra, atrás, também, tornando impossível que a pessoa na frente perceba sua presença.

Eu tenho problemas. Eu amo demais, amo muito rápido e por muito tempo.

Eu sempre morro

Nada é tão desgastante e injusto do que se empenhar em uma batalha perdida. E o pior é que você só percebe que é perdida na metade do caminho.

Ontem eu vi a face da derrota. Olhei nos olhos frios de seu rosto fino e neles li que a batalha estava perdida; que nada eu podia fazer; que não dependia de mim. E durante o instante em que tomava consciência dessa verdade concebida, ficamos fitando um os olhos do outro. As pupilas da derrota, frias como o rosto, eram carregadas de desprezo e dó. As minhas estavam carregadas de lágrimas, invisíveis, que eu queria chorar. Ela percebeu.

Como é de costume, a derrota veio se aproximando, seu corpo mirrado cada vez mais perto do meu, culminando num abraço, as mãos firmes em volta dos meus braços. Então senti o já conhecido tombo. As pernas falharam, caí para trás, sozinho e afundei num chão de concreto que mesmo intacto se partiu para me receber.

Ali, deitado na vala que o universo criou pra mim, continuei a fitar os olhos da derrota, que agora mostravam ainda mais dó. Mais uma vez via a derrota de baixo. E ali eu mais uma vez morri, tendo como última visão as pupilas frias daquela me enterrava.

Eu morri, mas continuei vivo. Porque cada pequena derrota é um grande adeus e um pequeno falecimento: morre a vontade de tentar, o sonho de vencer.

Mas não é sempre que a derrota me abraça. Às vezes eu envolvo meus braços sobre ela e a vejo cair para trás e a fito lá embaixo, lá de cima. E então ela morre. E volta a viver.

E é assim que passo a vida, ora abraçando a derrota, ora sendo abraçado por ela. Mas em um quesito ela é invencível: quando estou embrenhado em uma batalha perdida, Ela me esbofeteia com suas mãos feitas de VERDADE (a verdade é sempre um tapa na cara) e eu sempre perco, ela sempre ganha.

Eu sempre morro.

01 julho, 2008

som brasil

Imperdível o Som Brasil dessa semana em homenagem ao Cazuza. O Ney Matogrosso deu um show.

Adoro o Cazuza. Me lembra de quando eu era criança e ficava correndo como louco pela casa enquanto minha mãe ouvia os discos e cantava junto "Codinome Beija-Flor".

E o homem estava certo: o tempo não pára. Não pára não.

Não pára.

25 junho, 2008

o camarão dorminhoco.

frase imperdível que escutei ontem:

" camarão que dorme, a onda leva. "

tempo, que tempo?

Já há mais de uma vez escutei que "o amor nasce com o tempo".

Pra mim não é assim. Ele nasce num momento. Num simples instante. Num piscar de olhos, num gesto, numa sensação.

Eu não levo uma vida para amar.

Eu me apaixono num instante. E levo uma vida amando.

transcendendo

será que quando eu morrer meu coração vai sentir saudades de...bater?

24 junho, 2008

meu corpo tem saudade

Tenho muitos desejos, vontades de comer coisas diferentes. Na semana passada eu queria Nhoque; na retrasada, Soverte.

Você já reparou como nunca sentimos vontade de comer as coisas que não gostamos? Eu nunca sinto vontade de comer couve-flor ou giló.

Aí num momento de forte inspiração, lembrei que só sentimos saudade daquilo que gostamos. Nunca sentimos saudade do que não gostamos, do que pra nós não foi bom.

E então pensei: o desejo de comer é uma saudade. Saudade de um gosto, de uma sensação que um dia passou e que hoje já não está mais lá.

É a minha essência - a nossa essência - sentindo saudade de tudo.

NInguém se basta. Porque nosso corpo tem saudades do mundo.

21 junho, 2008

a arma

Fonte da imagem: Google Images

Recentemente uma amiga da Alemanha disse que assistiu o filme "Cidade de Deus" e me perguntou num e-mail:

- Jean, você anda armado quando você sai de casa?

Na resposta:

- Ando com a única arma que permito levar sem remorsos: por onde ando, levo minha fé.

Irrite-se

Fonte: Google Images.

Segundo Rosanna Hermann, do Querido Leitor:

"A pérola é a reação da ostra irritada com o grão de areia em sua vida."

Então aproveite hoje e IRRITE-SE.

20 junho, 2008

reflexão

Minha mente não segue o presente. Ela segue minhas expectativas.
Por isso ela está sempre muito distante, muito à frente, muito além.

18 junho, 2008

a verdade e o vidro

Hoje me ocorreu que a verdade é um vidro transparente que aparece no nosso caminho, quando estamos passeando pela rua.

Uns esbarram no vidro, caem no chão levantam-se e vão embora, sem se importar.

Outros trombam com o vidro, percebem o que aconteceu e continuam seu caminho, olhando para os lados à procura de outros vidros que eventualmente estejam por aí.

Outros passam, vêem o vidro e desviam alegremente do caminho, talvez se perguntando por um segundo o que estaria o vidro fazendo ali e se seria melhor retirá-lo da calçada.

A verdade está ali, mas só alguns vêem, só poucos percebem.

E a calçada continua cheia. Muitas pessoas caindo ao chão, muitos vidros estilhaçados.

E chega.

16 junho, 2008

a besta

Eu sou uma pessoa estranha. No sentido de ter opiniões e interpretações que pros outros não fazem o maior sentido, mas que pra mim são a forma concreta com a qual lido com o mundo. O fato é que eu não gosto de perder o controle. Não gosto quando a minha barriga ronca quando 30min se passaram após ohorário em que eu geralmente almoço. Não suporto quando acordo de mau humor e, não importa o que eu faça, distribuo patadas para os 4 cantos (e pra todas as pessoas neles!); odeio quando meus hormônios se descontrolam e fico à mercê de sua variação de altos e baixos na minha corrente sanguínea. Não gosto de perder o controle do meu corpo.
Perder o controle do corpo é tomar consciência de que somos animais, de que há bestas descontroladas dentro de nós, esperando pra sair a qualquer momento. Não gosto que a besta em mim saia, porque ela me domina e mostra um eu que não sou eu, uma identidade non-grata que vive em todos nós.
Não ODEIO a besta em mim. Só não gosto dela. Porque ela é uma pequena parte do que sou. Sou muito mais do que instintos primitivos e hormônios e proteínas e plaquetas. Pelo menos tento ser.
Talvez seja essa a nossa busca desenfreada: ser mais do que as bestas que nascemos.
Talvez seja essa a minha busca particular.

eu protesto


Assistindo o Altas Horas da noite de ontem, no quadro chamado "Protesto!", 2 meninas subiram ao palanque e reclaram sobre algo muito pertinente. A frase simples fez todo o sentido pra mim. Foi assim:

"Eu protesto contra a distância que separa duas pessoas que se amam!".

04 junho, 2008

Hoje

- revi velhos amigos.

- relembrei velhos fatos.

- coloquei as fofocas em dia.

- joguei uma partida de winning eleven no playstation 2.

- tomei chá da tarde.

Enfim, hoje...fui feliz.

Sem coração

Linda a reportagem do Profissão Repórter dessa noite, na Globo.

A menina Amanda realizou o transplante no dia em que fez 13 anos. Ela ganhou VIDA de presente. Não sei mensurar o tamanho da alegria que ela sentiu.

Deve ser o sentimento mais altruísta e confortante do mundo olhar nos olhos de alguém e saber que aquele brilho que se vê só é possível porque nela há uma parte de você.

Poucas coisas no mundo me emocionam como a generosidade límpida e pura.

Nesse sentimento de êxtase, boa noite.

Leia mais.

02 junho, 2008

a lei das compensações

Trabalhar á noite não é difícil, apenas cansa mais. O corpo demora a acostumar com a mudança de horários.

Mas como o universo é movido pela lei das compensações, depois de um grande sacrifício vêm uma grande dávida. A minha consiste numa folga dupla na segunda e na terça.

AMÉM.

mau passado

Falando em passado, tenho sonhado muito com uma mesma pessoa. É a 6ª vez seguida que sonho com a minha mãe, talvez a pessoa que mais me odeie nesse mundo.

O passado não só nos liga e aparece, ele também nos atormenta.

O Passado me ligou

O passado me ligou no celular. Há algumas semanas atrás, sem nenhum prenúncio ou aviso.

Não atendi.

Mas a tal ligação ficou tocando, tocando, tocando durante todo o dia na minha cabeça, e veja: esse é o pior local para uma ligação, porque não há como atender uma ligação na mente.

Então fiz a única coisa sensata a se fazer: tentei transformar a ligação mental em ligação real. Mandei um sms para o passado.

O passado me mandou um sms de volta. Respondi. Logo, estava conversando com o passado num envia-recebe frenético, informações indo e vindo; o cá e o lá desejando desvendar um ao outro em 140 caracteres.

De repente, o passado ficou mudo. Como se tivesse percebido seu lapso temporário e retornado ao lugar de direito.

E foi aí que eu calei o presente.

Pra colocar as épocas temporais da minha mente no lugar.

28 maio, 2008

A fofoca

É deprimente, é patética, é esdrúxula.
Mas uma vez que você não dá atenção a ela, sabe que é até bacana?

E ultimamente meu nome anda exatamente como um cheque voador: no ar. Em casa, no trabalho, na família...meu nome sempre está presente nas últimas.

Quer saber? Isso é sinal de reconhecimento. Ninguém fala daquilo que não gosta. Há uma certa admiração nas pessoas que gostamos - e naquela que não nos descem na garganta (porque não podemos ser como elas).

Não sei se é propício o uso da palavra sucesso.

Mas é estritamente necessário o uso da palavra fama. ;)

27 maio, 2008

De lavada

Um inseto vs. 186 milhões de pessoas.
E continuamos perdendo.

Nós esquecemos porque

Nós esquecemos porque amamos as pessoas. E um dia, assim, do nada, elas fazem alguma coisa, dizem uma palavra, fazem um gesto com as mãos, viram a cabeça ou piscam os olhos - e pronto, naquele instante cravado no tempo, você se lembra porquê aquela pessoa é tão importante pra você.

Hoje eu lembrei porquê amo alguém. E é simplesmente ótimo.

26 maio, 2008

Deixe que queimem

Certo. São Paulo, 25 de maio, parada gay. A avenida estava lotada. Os corações também.

Alguns alegam que a parada é um circo, outros dizem que é fútil e sem propósito. Eu acho que a parada é um ritual. Essas são pessoas que têm de se esconder o dia todo, porque seu emprego e suas amizades podem estar em risco caso vaze a verdade. Então levam pra casa a amargura que pulsa nas veias e lá também têm de se esconder, porque o amor de alguns pais é leve, mas instável. Na rua? Skinheads, e punks. E veja bem, zelar pela própria segurança é um instinto animal.

E então, dia 25 de maio, essas pessoas, essas almas marcadas, podem sair e se tornar quem são. É a hora de elas descobrirem que existem. Umas vendo nos olhos as cicatrizes que as outras guardam lá dentro.

E o sol, impiedoso, fazendo festa no céu e mandando luz e calor, queimando, ardendo. E é esse exatamente o ritual: queimar as cicatrizes lá de dentro, tentar torná-las apenas manchas, ou escondê-las sob o bronzeado. É um arder ao avesso, que refresca e liberta.

Por isso deixe que queimem. Que queimem todo o ódio e o rancor e as mágoas e as MARCAS e que, com o corpo em brasa, porém intacto, descubram por baixo pele dilacerada, aquilo que são quando as cicatrizes não estão lá.

Quando a luta é por respeito, a luta não é dos gays. A luta é de todos nós.