28 maio, 2008

A fofoca

É deprimente, é patética, é esdrúxula.
Mas uma vez que você não dá atenção a ela, sabe que é até bacana?

E ultimamente meu nome anda exatamente como um cheque voador: no ar. Em casa, no trabalho, na família...meu nome sempre está presente nas últimas.

Quer saber? Isso é sinal de reconhecimento. Ninguém fala daquilo que não gosta. Há uma certa admiração nas pessoas que gostamos - e naquela que não nos descem na garganta (porque não podemos ser como elas).

Não sei se é propício o uso da palavra sucesso.

Mas é estritamente necessário o uso da palavra fama. ;)

27 maio, 2008

De lavada

Um inseto vs. 186 milhões de pessoas.
E continuamos perdendo.

Nós esquecemos porque

Nós esquecemos porque amamos as pessoas. E um dia, assim, do nada, elas fazem alguma coisa, dizem uma palavra, fazem um gesto com as mãos, viram a cabeça ou piscam os olhos - e pronto, naquele instante cravado no tempo, você se lembra porquê aquela pessoa é tão importante pra você.

Hoje eu lembrei porquê amo alguém. E é simplesmente ótimo.

26 maio, 2008

Deixe que queimem

Certo. São Paulo, 25 de maio, parada gay. A avenida estava lotada. Os corações também.

Alguns alegam que a parada é um circo, outros dizem que é fútil e sem propósito. Eu acho que a parada é um ritual. Essas são pessoas que têm de se esconder o dia todo, porque seu emprego e suas amizades podem estar em risco caso vaze a verdade. Então levam pra casa a amargura que pulsa nas veias e lá também têm de se esconder, porque o amor de alguns pais é leve, mas instável. Na rua? Skinheads, e punks. E veja bem, zelar pela própria segurança é um instinto animal.

E então, dia 25 de maio, essas pessoas, essas almas marcadas, podem sair e se tornar quem são. É a hora de elas descobrirem que existem. Umas vendo nos olhos as cicatrizes que as outras guardam lá dentro.

E o sol, impiedoso, fazendo festa no céu e mandando luz e calor, queimando, ardendo. E é esse exatamente o ritual: queimar as cicatrizes lá de dentro, tentar torná-las apenas manchas, ou escondê-las sob o bronzeado. É um arder ao avesso, que refresca e liberta.

Por isso deixe que queimem. Que queimem todo o ódio e o rancor e as mágoas e as MARCAS e que, com o corpo em brasa, porém intacto, descubram por baixo pele dilacerada, aquilo que são quando as cicatrizes não estão lá.

Quando a luta é por respeito, a luta não é dos gays. A luta é de todos nós.