16 junho, 2008

a besta

Eu sou uma pessoa estranha. No sentido de ter opiniões e interpretações que pros outros não fazem o maior sentido, mas que pra mim são a forma concreta com a qual lido com o mundo. O fato é que eu não gosto de perder o controle. Não gosto quando a minha barriga ronca quando 30min se passaram após ohorário em que eu geralmente almoço. Não suporto quando acordo de mau humor e, não importa o que eu faça, distribuo patadas para os 4 cantos (e pra todas as pessoas neles!); odeio quando meus hormônios se descontrolam e fico à mercê de sua variação de altos e baixos na minha corrente sanguínea. Não gosto de perder o controle do meu corpo.
Perder o controle do corpo é tomar consciência de que somos animais, de que há bestas descontroladas dentro de nós, esperando pra sair a qualquer momento. Não gosto que a besta em mim saia, porque ela me domina e mostra um eu que não sou eu, uma identidade non-grata que vive em todos nós.
Não ODEIO a besta em mim. Só não gosto dela. Porque ela é uma pequena parte do que sou. Sou muito mais do que instintos primitivos e hormônios e proteínas e plaquetas. Pelo menos tento ser.
Talvez seja essa a nossa busca desenfreada: ser mais do que as bestas que nascemos.
Talvez seja essa a minha busca particular.

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